Bendir
O Bendir é um pandeiro típico do Marrocos e Algéria. A característica marcante deste instrumento é as cordas que correm por dentro do corpo, rentes ao couro. Geralmente são 2 cordas, mas pode ser mais. Elas são responsáveis pelo som de zumbido característico, marcante na música Berber. Esse pandeiro grande tem uns 20cm de largura (profundidade), e é feito de couro de cabra e madeira. Tem até 70cm de diâmetro. O Bendir costuma ser decorado com desenhos ou frases do Alcorão, usando para isso a henna. Ele tem um pequeno furo na parte de baixo, usado para equilibrar o instrumento na base do polegar esquerdo, enquanto os dedos da mão esquerda batem de leve na borda e a mão direita toca na borda e no centro. As batidas no centro soam parecidas com o som do Tar, um pandeiro que não tem as cordas. As batidas no centro criam um tom estridente que morre rápido.
Derbake
O instrumento mais usado e mais conhecido da música árabe é o derbake, com seus vários timbres e dinamismo, podendo ser usado desde só para marcar o ritmo básico ou até para fazer solos muito elaborados. Ele é muito associado à música árabe como a voz principal da percussão. Seu formato de ampulheta ou taça permite que seja facilmente acomodado no colo do derbaquista, e é assim que ele é tocado. O corpo oco pode ser feito de níquel, cerâmica ou alumínio comprimido. O topo pode ser feito de pele (de peixe ou cabra) ou plástico (atualmente). Quando feito de pele, pode ser colado com pregos ou cola, e neste caso o instrumento deve ser aquecido para afinar. O modelo mais usado por profissionais é o de alumínio com topo de plástico, afinado com uma chave. Tem cerca de 45cm de altura e 22cm de diâmetro. Do outro lado do Mediterrâneo, conhecidos compositores europeus usaram o derbake em seus trabalhos de orquestra, como por exemplo, na Ópera Trojan de Berlioz (1869) ou no Prometheus de Carl Orff (1968). Jimmi Page e Robert Plant convidaram o percussionista egípcio Hossam Ramzy para participar da gravação e turnê do "No Quarter", unledded, tocando o derbake.
Rik Rik
Nome egípcio para um pandeiro pequeno (em média 22cm de diâmetro e 6,5cm de espessura), tradicionalmente coberto com couro de cabra ou peixe (peixe é o melhor), e com cinco pratinhos duplos de latão, com mais ou menos 5cm de diâmetro. A moldura de madeira pode ser decorada com madrepérola. O rik é muito valorizado, por causa da grande variedade de sons que pode produzir, como o som do couro totalmente abafado, parcialmente abafado ou não abafado, fazendo soar todos os címbalos ao mesmo tempo ou só um conjunto deles isoladamente. Na primeira metade do séc. XX, era comum ter o rik como instrumento solo de percussão em orquestras. O Rik é tocado segurando-o com as duas mãos, e usando-se os dedos para bater no couro ou tocar os pratinhos.
Carkabib
Os Carkabib (ou karkabas, ou k'rkbs, ou qaraqeb)
são usados pelos Gnawa (tribo do Maghreb) em suas músicas tradicionais, acompanhando danças de transe com as quais trazem a cura para as pessoas doentes, chamadas Stambali. Assim como os snujs, ele é tocado com dois pares (um em cada mão). Pertencem à família dos idiofones, e consistem de duas barras de metal planas com dois círculos convexos (pequenos címbalos), tocados abrindo e fechando as mãos. Cada carkabib tem cerca de 26,3 cm de comprimento e no máximo 9,5cm de largura. Eles são feitos por ferreiros especializados.
Tabla Baladi
A Tabla Baladi é semelhante à nossa zabumba (porém maior), um tambor com duas "faces", tocado com duas baquetas: uma grande, que faz o som grave, com a mão direita e, com a mão esquerda, uma vareta que faz os sons agudos. Ela é tocada dependurada no ombro por uma faixa, o que dá liberdade de movimento ao músico, que muitas vezes sai da banda para tocar junto à dançarina. Nai flauta de junco bem simples, com origens na civilização suméria. Tem as duas pontas abertas, com 5 a 7 (mas normalmente 6) furos na frente, para os dedos tocarem, e um furo em baixo; mas sem bocal. É tocada soprando obliquamente na extremidade superior. O som que produz é delicado e brando e, dependendo da força do sopro, os som sai em uma oitava acima ou abaixo, e escalas de tons diferentes podem ser conseguidas com naiat de comprimentos diferentes. É o mesmo esquema das flautas-doces do ocidente. É com certeza muito antiga - os arqueologistas encontraram evidências de sua presença no Egito Antigo do terceiro milênio a.C..
Mijuiz
Mijuiz significa, literalmente, 'duplo' em árabe, e é um tipo de clarineta de junco dupla, popular na Síria, Líbano e Palestina. Os dois tubos de junco são idênticos, pregados com piche ou cera de abelha, têm cinco ou seis furos cada um. Dentro de cada tubo tem um outro tubo menor, partido de forma que vibre para produzir o som. Diferente de outras flautas, a mijuez e outros tipos de clarineta dupla são tocadas com o bucal todo dentro da boca, por um método chamado "repiração circular", que permite ao músico produzir um som contínuo e ininterrupto. Um exemplo de respiração circular é a gaita usada geralmente para o blues,natural de Nova Orleans,ela também tem o mesmo método de som ininterrupto. É predominantemente usado para companhar o dabke, uma dança de fila, em casamentos e outras ocasiões festivas. Ele é um dos instrumentos de sopro mais antigos.
Ud
O ud é um instrumento antigo, provavelmente de origem persa, desenvolvido durante a época áurea árabe para o que é hoje. É provável que os primeiros udes eram feitos de uma peça única de madeira. Na época da Espanha moura, o corpo adquiriu seu característico formato abaulado. Diz a lenda que o 'ud foi inventado por Lamak, descendente direto de Caim; quando o filho de Lamak morreu, ele pendurou em uma árvore seu esqueleto, que tomou a forma do 'ud (uma contradição entre tradição mitológica e a arqueologia, que aponta um processo de evolução da lira para o 'ud). O mito atribui a invenção do mi'zaf (lira) à filha de Lamak. O 'ud é constituído de uma caixa acústica grande com um braço pequeno, o que o distingue dos alaúdes de braço comprido (tanbur, saz, baglama, setar etc). O corpo evoluiu muito sua forma, que era de pera (formato ainda encontrado nos qanbus). O braço é chamado de raqba ('pescoço') ou zand ('pulso'). Ele vai desde a boca até uns 20cm depois do corpo. Esse comprimento é importante na construção do instrumento, pois determina a quantidade e intervalo das casas, interferindo nas maqamat. Atualmente, no Egito, o comprimento do braço varia de 18 a 20,5cm. É padronizado em 20cm na Síria, e pode chegar a 24,5cm num modelo marroquino, o 'ud 'arbi ('ud árabe). O 'ud de cinco cordas é o mais comum e popular (existem também de 4, 6 ou 7 cordas). A afinação do instrumento, que variava muito no século XIX, está se padronizando: de grave para agudo: yaka = sol; ushayran = lá; duka = ré; nawa = sol; kardan = dó.
O Bendir é um pandeiro típico do Marrocos e Algéria. A característica marcante deste instrumento é as cordas que correm por dentro do corpo, rentes ao couro. Geralmente são 2 cordas, mas pode ser mais. Elas são responsáveis pelo som de zumbido característico, marcante na música Berber. Esse pandeiro grande tem uns 20cm de largura (profundidade), e é feito de couro de cabra e madeira. Tem até 70cm de diâmetro. O Bendir costuma ser decorado com desenhos ou frases do Alcorão, usando para isso a henna. Ele tem um pequeno furo na parte de baixo, usado para equilibrar o instrumento na base do polegar esquerdo, enquanto os dedos da mão esquerda batem de leve na borda e a mão direita toca na borda e no centro. As batidas no centro soam parecidas com o som do Tar, um pandeiro que não tem as cordas. As batidas no centro criam um tom estridente que morre rápido.
Derbake
O instrumento mais usado e mais conhecido da música árabe é o derbake, com seus vários timbres e dinamismo, podendo ser usado desde só para marcar o ritmo básico ou até para fazer solos muito elaborados. Ele é muito associado à música árabe como a voz principal da percussão. Seu formato de ampulheta ou taça permite que seja facilmente acomodado no colo do derbaquista, e é assim que ele é tocado. O corpo oco pode ser feito de níquel, cerâmica ou alumínio comprimido. O topo pode ser feito de pele (de peixe ou cabra) ou plástico (atualmente). Quando feito de pele, pode ser colado com pregos ou cola, e neste caso o instrumento deve ser aquecido para afinar. O modelo mais usado por profissionais é o de alumínio com topo de plástico, afinado com uma chave. Tem cerca de 45cm de altura e 22cm de diâmetro. Do outro lado do Mediterrâneo, conhecidos compositores europeus usaram o derbake em seus trabalhos de orquestra, como por exemplo, na Ópera Trojan de Berlioz (1869) ou no Prometheus de Carl Orff (1968). Jimmi Page e Robert Plant convidaram o percussionista egípcio Hossam Ramzy para participar da gravação e turnê do "No Quarter", unledded, tocando o derbake.
Rik Rik
Nome egípcio para um pandeiro pequeno (em média 22cm de diâmetro e 6,5cm de espessura), tradicionalmente coberto com couro de cabra ou peixe (peixe é o melhor), e com cinco pratinhos duplos de latão, com mais ou menos 5cm de diâmetro. A moldura de madeira pode ser decorada com madrepérola. O rik é muito valorizado, por causa da grande variedade de sons que pode produzir, como o som do couro totalmente abafado, parcialmente abafado ou não abafado, fazendo soar todos os címbalos ao mesmo tempo ou só um conjunto deles isoladamente. Na primeira metade do séc. XX, era comum ter o rik como instrumento solo de percussão em orquestras. O Rik é tocado segurando-o com as duas mãos, e usando-se os dedos para bater no couro ou tocar os pratinhos.
Carkabib
Os Carkabib (ou karkabas, ou k'rkbs, ou qaraqeb)
são usados pelos Gnawa (tribo do Maghreb) em suas músicas tradicionais, acompanhando danças de transe com as quais trazem a cura para as pessoas doentes, chamadas Stambali. Assim como os snujs, ele é tocado com dois pares (um em cada mão). Pertencem à família dos idiofones, e consistem de duas barras de metal planas com dois círculos convexos (pequenos címbalos), tocados abrindo e fechando as mãos. Cada carkabib tem cerca de 26,3 cm de comprimento e no máximo 9,5cm de largura. Eles são feitos por ferreiros especializados.
Tabla Baladi
A Tabla Baladi é semelhante à nossa zabumba (porém maior), um tambor com duas "faces", tocado com duas baquetas: uma grande, que faz o som grave, com a mão direita e, com a mão esquerda, uma vareta que faz os sons agudos. Ela é tocada dependurada no ombro por uma faixa, o que dá liberdade de movimento ao músico, que muitas vezes sai da banda para tocar junto à dançarina. Nai flauta de junco bem simples, com origens na civilização suméria. Tem as duas pontas abertas, com 5 a 7 (mas normalmente 6) furos na frente, para os dedos tocarem, e um furo em baixo; mas sem bocal. É tocada soprando obliquamente na extremidade superior. O som que produz é delicado e brando e, dependendo da força do sopro, os som sai em uma oitava acima ou abaixo, e escalas de tons diferentes podem ser conseguidas com naiat de comprimentos diferentes. É o mesmo esquema das flautas-doces do ocidente. É com certeza muito antiga - os arqueologistas encontraram evidências de sua presença no Egito Antigo do terceiro milênio a.C..
Mijuiz
Mijuiz significa, literalmente, 'duplo' em árabe, e é um tipo de clarineta de junco dupla, popular na Síria, Líbano e Palestina. Os dois tubos de junco são idênticos, pregados com piche ou cera de abelha, têm cinco ou seis furos cada um. Dentro de cada tubo tem um outro tubo menor, partido de forma que vibre para produzir o som. Diferente de outras flautas, a mijuez e outros tipos de clarineta dupla são tocadas com o bucal todo dentro da boca, por um método chamado "repiração circular", que permite ao músico produzir um som contínuo e ininterrupto. Um exemplo de respiração circular é a gaita usada geralmente para o blues,natural de Nova Orleans,ela também tem o mesmo método de som ininterrupto. É predominantemente usado para companhar o dabke, uma dança de fila, em casamentos e outras ocasiões festivas. Ele é um dos instrumentos de sopro mais antigos.
Ud
O ud é um instrumento antigo, provavelmente de origem persa, desenvolvido durante a época áurea árabe para o que é hoje. É provável que os primeiros udes eram feitos de uma peça única de madeira. Na época da Espanha moura, o corpo adquiriu seu característico formato abaulado. Diz a lenda que o 'ud foi inventado por Lamak, descendente direto de Caim; quando o filho de Lamak morreu, ele pendurou em uma árvore seu esqueleto, que tomou a forma do 'ud (uma contradição entre tradição mitológica e a arqueologia, que aponta um processo de evolução da lira para o 'ud). O mito atribui a invenção do mi'zaf (lira) à filha de Lamak. O 'ud é constituído de uma caixa acústica grande com um braço pequeno, o que o distingue dos alaúdes de braço comprido (tanbur, saz, baglama, setar etc). O corpo evoluiu muito sua forma, que era de pera (formato ainda encontrado nos qanbus). O braço é chamado de raqba ('pescoço') ou zand ('pulso'). Ele vai desde a boca até uns 20cm depois do corpo. Esse comprimento é importante na construção do instrumento, pois determina a quantidade e intervalo das casas, interferindo nas maqamat. Atualmente, no Egito, o comprimento do braço varia de 18 a 20,5cm. É padronizado em 20cm na Síria, e pode chegar a 24,5cm num modelo marroquino, o 'ud 'arbi ('ud árabe). O 'ud de cinco cordas é o mais comum e popular (existem também de 4, 6 ou 7 cordas). A afinação do instrumento, que variava muito no século XIX, está se padronizando: de grave para agudo: yaka = sol; ushayran = lá; duka = ré; nawa = sol; kardan = dó.
Nenhum comentário:
Postar um comentário